Páginas

sábado, 3 de setembro de 2016

Recriação do MinC: ministro desmoralizado é vaiado por órfãos da Lei Rouanet em festival

Aos gritos de "golpista", o ministro da Cultura, Marcelo Calero, teve o discurso interrompido no encerramento da sessão de debates do Festival de Cinema de Petrópolis, na Região Serrana, na noite desta sexta-feira (2). Em imagens divulgadas na internet, o ministro reage às provocações: ele se levanta e, com dedo em riste, se dirige aos manifestantes. Não é possível ouvir o que ele fala. Num dos vídeos, aparece legenda atribuindo a Calero declaração de que era "golpista com muito orgulho". Ele negou.

Calero participava de debate sobre o futuro do cinema nacional no Museu Imperial. O protesto começou com um grupo gritando palavras de ordem como "golpistas/fascistas/não passarão". Calero reage acenando para o grupo e tenta continuar o discurso. Em seguida, o ministro faz gesto com as mãos, como se estivesse aludindo a um roubo. Os gritos de golpista se intensificam, e Calero faz novo gesto do polegar sobre a palma da mão. Em outro vídeo, ele aparece já em pé, com o dedo em riste, discutindo com os manifestantes. O ministro deixa o teatro. Os vídeos foram publicados pelos perfis Dilma Bolada e da União da Juventude Socialista (UJS) de Petrópolis, entidade ligada ao PCdoB.

O vídeo da UJS é intitulado "caça aos golpistas". "Hoje o Ministro da Cultura do governo GOLPISTA, Marcelo Calero, esteve em Petrópolis para um debate da abertura do Festival de Cinema de Petrópolis na Concha Acústica do Museu Imperial e foi escrachado pela UJS e por outras pessoas que se encontravam no local. Será assim daqui por diante. A cultura não compactua com quem fere a democracia!", diz o texto publicado.

Em seu perfil, Calero escreveu que "um cidadão, acompanhado de outros cinco, iniciou um tumulto, com as ações e palavras agressivas e intimidatórias que fazem parte do repertório desse pessoal. A União Juventude Socialista - UJS reivindicou a organização e execução do ataque". Ele diz ainda que demonstrou sua indignação "com altivez". "Fiquei penalizado com o fato de que essa meia dúzia deixou as produtoras do evento constrangidas e lamentando o ocorrido. Mas não se abalem! Esse pessoal não quer saber de cultura. Eles não se conformam com a democracia. Querem fazer valer a todo custo a sua verdade particular".

Calero nega ainda ter sido expulso do evento e ter dito ser "golpista com orgulho". "Mas a gente sabe que mentira, aliada ao discurso do ódio, é a especialidade deles".

O Ministério da Cultura divulgou um comunicado na tarde deste sábado (3) repudiando a atitude do público presente no debate e diz que a atitude foi um "desrespeito à classe artística".

O ministro da Cultura também foi vaiado e chamado de "golpista" na noite de sexta-feira (26), durante a exibição do filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, que abriu a programação do Festival de Cinema de Gramado.

Lula é internado e faz 'exames de rotina', mas 'depressão e amargura' preocupam petistas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado no Hospital Sírio Libanês, na região Central de São Paulo, na manhã deste sábado (23), para realizar uma série de exames de rotina. Lula deve ser liberado ainda neste sábado.

A assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-presidente não sentiu nenhum mal-estar e já tinha exames agendados para este sábado. A equipe médica é chefiada por Roberto Kalil Filho e Artur Katz.

Em 2011, o petista foi diagnosticado com tumor na laringe. Após tratamento realizado no hospital, os médicos do Sírio-Libanês constataram, em março de 2012, que o tumor havia desaparecido. Desde então, o ex-presidente é submetido a exames de rotina.

Segundo a equipe médica responsável pela saúde do ex-presidente, Lula fez exames de ressonância magnética, PET-CT, laringoscopia e exames clínicos. Todos os exames apresentaram resultados normais e Lula pode exercer atividades normalmente.

Petistas tem demonstrado preocupação com a saúde do ex-presidente. recentemente, a imprensa divulgou que Lula 'sente amargura' por todo o processo de impeachment vivenciado por sua sucessora, Dilma Rousseff e pelas investigações da Lava Jato que apontam para indícios de corrupção, enriquecimento ilícito e tentativas de obstrução à justiça.

Preocupa também os momentos de depressão por que vive o ex-presidente ao ver sua antiga popularidade se esvair na mesma proporção quem são divulgados os casos de falcatruas em que está envolvido.

Para não desaparecer e ficarem na mídia, Lula e PT relançam campanha "Diretas já!"

No primeiro balanço político depois do impeachment de Dilma Rousseff, o PT decidiu aderiu à proposta de realização de novas eleições presidenciais. O objetivo é usar o mote das “Diretas-Já” como forma de manter as mobilizações contra a cassação da petista e também fazer oposição ao governo de Michel Temer (PMDB).

Em resolução aprovada por consenso ontem, em São Paulo, a Executiva Nacional do PT, reforçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu que o País faça “firme, incansável e enérgica oposição” ao novo presidente. “Nosso objetivo central é colocar fim ao governo usurpador de Michel Temer e conquistar o direito do povo de eleger, direta e imediatamente, um novo presidente”, informou o texto.

A direção do PT não explicou qual será o instrumento institucional e jurídico para viabilizar a proposta. A ideia de um plebiscito sobre o tema foi abandonada depois da derrota no julgamento do impeachment no Senado.

A decisão foi tomada pouco mais de uma semana depois de a direção do PT se recusar por 16 votos a 2 a incluir a realização de novas eleições presidenciais, proposta por Dilma em carta aos senadores. O tema foi motivo de divergências públicas entre Dilma e o presidente do PT, Rui Falcão.

Segundo ele, a proposta agora é consultar outros partidos de esquerda e movimentos sociais antes definir uma estratégia. Ontem, depois da reunião da Executiva, Falcão admitiu que a intenção das “Diretas-Já” não é apenas realizar novas eleições, mas galvanizar apoios que ajudem a combater a pauta econômica do novo governo. “O nosso movimento não tem só o conteúdo de restabelecer a democracia. Ele tem também o conteúdo de acumular forças de mobilização popular para barrar as medidas revogatórias dos direitos sociais”, afirmou.

Nos bastidores, dirigentes petistas dizem que a estratégia é manter as mobilizações contra o impeachment até que Temer comece a por em prática medidas econômicas impopulares de ajuste fiscal.

A resolução representa vitória de correntes de esquerda do PT que defenderam desde o início o apoio às “Diretas-Já” e agora pedem a renovação da direção partidária com antecipação da eleição dos novos dirigentes, cujo mandato vai até o fim de 2017.

Ex-presidente. Em discurso emocionado, no qual chegou a ir às lágrimas, Lula defendeu a antecipação da troca da direção. O ex-presidente fez um forte apelo à unidade partidária e reforçou o pedido para que o PT se mantenha na oposição. “Temos que reaprender a fazer oposição”, afirmou. A frase do ex-presidente foi interpretada como um recado para setores das bancadas do PT na Câmara e no Senado que ensaiam aproximação com o governo Temer. Lula, no entanto, fez a ressalva de que sindicatos e centrais sindicais ligados ao partido podem ter relações formais com o novo governo.

Segundo Lula, para manter a unidade partidária, o PT não pode se prender a balanços ou na busca dos responsáveis pela derrocada, mas, ao contrário, deve se aproveitar da agenda impopular proposta por Temer para recuperar a imagem e o eleitorado da legenda.

Ele repetiu algumas vezes que “ninguém fez mais pelo Brasil do que o PT”. Segundo relatos de participantes da reunião, Lula associou supostos interesses dos Estados Unidos no Brasil, como o petróleo do pré-sal, ao impeachment de Dilma, sem entrar em detalhes.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Porteira aberta: Após cassação de Dilma, Delcídio Amaral recorre ao STF para recuperar direitos politicos

O ex-senador Delcídio do Amaral recorreu hoje (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir seus direitos políticos. A ação foi motivada pelo julgamento fatiado do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff na última quarta-feira (31). Delcídio foi cassado em maio pelo plenário do Senado.

Na ação, a defesa do ex-parlamentar afirmou que a mesma regra usada pelos senadores para garantir a ex-presidenta Dilma Rousseff habilitação para ocupar cargo público e se candidatar às eleições deve valer para Delcídio.

Os advogados explicaram que o Senado não deliberou sobre a perda dos direitos políticos ao cassá-lo, e, portanto, o STF deve garantir que os direitos estão "hígidos". Dessa forma, Delcídio poderia se candidatar. Com a cassação, o ex-senador foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficou inelegível por oito anos.

“Não é possível, que num Estado Democrático de Direito valham dois pesos e duas medidas: ou bem Delcídio do Amaral foi cassado do mandato, sem a perda dos direitos políticos, dada a isonomia de tratamento com o impeachment da ex-presidente, ou o impeachment deve ser anulado, porque alguns parlamentares podem ter votado pela cassação do mandato da senhora presidente na perspectiva de não lhe cassar os direitos políticos”, acrescentou a petição.

Cassação
Delcídio foi cassado pelo Senado após tornar-se delator da Operação Lava Jato. O ex-parlamentar foi preso no dia 25 de novembro do ano passado, depois que Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, entregou ao Ministério Público o áudio de uma reunião na qual Delcídio propunha o pagamento de R$ 50 mil por mês à família e um plano de fuga para o ex-diretor deixar o país. Cerveró estava preso em Curitiba.

Delcídio foi solto no dia 18 de fevereiro, sob condição de se manter em recolhimento domiciliar, podendo deixar sua residência apenas para ir ao Senado trabalhar e retornando no período noturno.

Votação fatiada
A inabilitação de Dilma para exercer cargo público seria uma pena acessória à da perda do mandato, aplicada de forma automática. No entanto, após questionamento da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, que conduziu o processo de impeachment, entendeu que a perda do mandato e a inabilitação poderiam ser votadas de forma separada.

Com a decisão, o placar pelo afastamento definitivo foi de 61 votos a favor e 20 contra. No entanto, por 42 votos a 36 o Senado decidiu que Dilma não está inabilitada para exercer cargo público, podendo se candidatar às próximas eleições ou ser nomeada para ocupar uma secretaria de governo ou dar aulas em universidades públicas.

Até o momento, a Corte já recebeu pelo menos pelos oito recursos questionando a votação separada. As ações foram protocoladas pelo PSL, Associação Médica Brasileira (AMB), cidadãos comuns e pelos senadores Álvaro Dias (PV-PR) e José Medeiros (PSD-MT).

PT patético, a nova oposição que todo governo quer!

Com a saída definitiva de Dilma Rousseff da Presidência da República, PT e partidos aliados articulam uma oposição “implacável” às votações do governo de Michel Temer no Congresso. Como não contribuiram em nada com o avanço do país nos anos petistas e nos mergulharam na pior crise em décadas, petistas agora farão o que melhor sabem fazer: tentar atrapalhar as ações que nos reconduzirão ao crescimento.

Como não poderia de ser, o PT vai buscar bandeiras que convençam novamente os desavisados e promete que o foco serão propostas que ameacem conquistas sociais, como a reforma trabalhista, previdenciária e a desvinculação de benefícios como os da Previdência dos reajustes concedidos ao salário mínimo. Também entra na lista qualquer proposta que retire recurso da saúde e da educação. é o velho PT de volta à sua demagogia barata.

"Nossa posição é de resistência. Se deixarmos, eles vão passar por todos os direitos dos trabalhadores. Vamos fazer uma oposição implacável. Vamos nos colocar contra esse projeto de ataque ao trabalhador. Seremos radicais. Não espere de nós nenhum consenso, internamente não vamos aceitar que nenhum parlamentar tenha um apostura colaboracionista”, garante o líder da minoria, senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Nesta sexta-feira (2), senadores petistas se reúnem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir as primeiras estratégias. Não querem ver nem pintada de ouro, a também ex-presidente Dilma Rousseff que agora perderá o pouco espaço que tinha e será escondida pelo pelos petistas nas campanhas. Entre as linhas de atuação que serão discutidas está a reaproximação com movimentos sociais e a campanha para as eleições municipais. o PT espera uma derrota estrondosa nas urnas.

No discurso após o julgamento no Senado, Dilma pediu a união "independente de filiação partidária" em torno de causas comuns a todos progressistas, "contra a agenda conservadora". "Eles pensam que nos venceram, mas estão enganados, Sei que vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer."

Na primeira reunião ministerial após a posse, Temer, por sua vez, pediu apoio da base para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária e o teto de gastos públicos nos Congresso. O PT, patético, é toda a oposição que um presidente quer!

Edson Fachin, Rosa Weber e Teori Zavascki analisarão golpe constitucional de Lewandowski a favor de Dilma

Os ministros do Supremo Tribunal Federal(STF) Edson Fachin, Rosa Weber eTeori Zavascki foram sorteados para relatar as dez ações que questionam votações relacionadas à presidente impedida Dilma Rousseff.

Desse total, de ações já ajuizadas na Corte, oito questionam a decisão que permitiu Dilma possa exercer funções públicas. Pela semelhança, todas ficarão a cargo da ministra Rosa Weber.

As demais, que pedem o cancelamento do impeachment e a realização de um novo processo, ficam sob a relatoria dos ministros Teori e Fachin.

A primeira ação protocolada no STF questionando a elegibilidade de Dilma foi assinada por Luiz Philippe de Orleans e Bragança, líder do Movimento Acorda Brasil e integrante da família real brasileira. Há duas ações apresentadas pela Associação Médica Brasileira (AMB) questionando o fatiamento da votação.

As demais ações contra a habilitação da ex-presidente foram apresentadas pelo Partido Social Liberal (PSL), pelo senador Alvaro Dias (PV-PR), pelo senador José Medeiros (PSD-MT), pelo deputado federal Expedito Netto (PSD-RO) e pelo advogado Ricardo Damasceno.

A primeira ação em favor de Dilma foi protocolada na noite dessa quarta-feira (30), na qual o advogado Edgard Antônio dos Santos pede uma decisão liminar para suspender todos os efeitos do processo de impeachment. Ele alega que os senadores não estavam aptos para julgar e, entre outros motivos, aponta o envolvimentos de parte deles na operação Lava Jato.

Ele alega que os senadores estão impedidos de julgar a presidente, por uma série de motivos, incluindo as investigações da Operação Lava Jato. O pedido está com o ministro Edson Fachin.

Além das dessas ações, um novo mandado judicial de autoria do PSDB, PMDB, DEM e PPS, questionando a elegibilidade de Dilma, deve ser apresentado ainda nesta sexta-feira (2).

PT prepara festa para receber 'ex-presidenta' Dilma em Porto Alegre

A ex-presidente Dilma Rousseff fará sua mudança para Porto Alegre (RS) no próximo domingo (4). Dilma será recepcionada por militantes do PT e de movimentos sociais na saída do Palácio da Alvorada e também na capital gaúcha.

A manifestação de apoio está sendo preparada pela Frente Brasil Popular, que levará carros de som para acompanhar o trajeto de volta da petista desde o aeroporto, na capital gaúcha, até o apartamento dela, no bairro Tristeza.

No primeiro dia após a decisão do Senado, que lhe tirou o mandato, Dilma acordou cedo, como de costume, e andou de bicicleta por 50 minutos, nos arredores do Alvorada. Desde quarta-feira, quando foi divulgada sua sentença, ela tem recebido telefonemas de solidariedade.

Na lista dos que ligaram está o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Após o impeachment de Dilma, Maduro classificou o processo como um "golpe oligárquico de direita" e disse que o país vizinho congelará as relações com o governo brasileiro. Pouco depois, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que "o Brasil chamou de volta o embaixador na Venezuela (Ruy Pereira), porque eles fizeram o mesmo".

Na tarde desta quinta-feira, 1, Dilma se reuniu com ex-ministros e começou a organizar a mudança. Até agora, ela tinha levado poucas coisas para o apartamento de Porto Alegre, mas se preocupou em instalar ali equipamentos de ginástica.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Juiz de MG diz em sentença que 'bandidos estão dando golpe na democracia'

A decisão, que soa como um presságio, foi proferida dois dias antes da votação do processo de impeachment

Em sentença proferida no último sábado (29), o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara Federal de Minas Gerais, criticou os parlamentares favoráveis ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Na decisão, em que liberava o preso José Cleuto de Oliveira Almeida, o magistrado escreveu que os bandidos estão soltos dando golpe na democracia'.

"Determino a imediata soltura de José Cleuto de Oliveira Almeida, porque não há causa justa para a manutenção de sua prisão. Efetivamente, o custodiado está a ganhar seu pão, enquanto os bandidos deste país, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na democracia", diz o texto.

Segundo informações do jornal O Globo, o magistrado trabalhava em plantão dois dias antes do início da sessão de julgamento de Dilma. Em nota, ele informou que expediu três decisões de soltura, incluindo de Almeida. Segundo informações, o homem que foi solto trabalha como camelô.

Mimimi: Defesa de Dilma entra com Mandato de Segurança contra o impeachment

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira pedindo a anulação da sessão em que o Senado decidiu pelo seu impedimento e a realização de um novo julgamento.

Os advogados de Dilma protocolaram um mandado de segurança, que está sob a relatoria do ministro Teori Zavascki, para pleitear uma decisão liminar (provisória).

A defesa quer que o Supremo declare nulos artigos de uma lei que embasaram a acusação de que ele teria cometido crime de responsabilidade, motivo pelo qual ela foi afastada em definitivo.

O relator não tem prazo para decidir se acolhe ou não os pleitos de Dilma.

A principal alegação do mandado de segurança é que a lei usada para sustentar o pedido de impeachment, editada em 1950 para regulamentar a Constituição de 1946, contradiz trechos da Constituição de 1988.

"A Constituição de 1988, ao contrário do que ocorria na Constituição de 1946, não inclui no catálogo de crimes de responsabilidade os crimes contra "a guarda e o legal emprego de dinheiros públicos". A hipótese de crime de responsabilidade contra "a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos" foi revogada, não mais vigorando atualmente", afirma a defesa.

Os representantes de Dilma argumentam que, por isso, "conduta que anteriormente era considerada, pela Constituição de 1946, como crime de responsabilidade, apto a ensejar o impeachment presidencial, passa a ser atípica".

Segundo o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, a ação consiste num mandado de segurança que argumenta mudança no libelo de acusação e diz que a denúncia é fundamentada em dispositivos legais da Lei do Impeachment que estão em "colisão" com o texto da Constituição de 1988.

Cardozo disse ainda que as duas condenações de Dilma estão baseadas no Artigo 11 da Lei do Impeachment, que hoje "não está adequado à Constituição de 1988, pois foi feito quando era vigente a Constituição de 1946".

Já a questão do libelo, explica o advogado, é feita pelo relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). "A denúncia feita pela Câmara falava de atrasos de pagamentos em 2015 e ele acrescentou todos os atrasos feitos desde 2008 que, na visão dele, teriam que ter sido pagos até janeiro de 2015". Para Cardozo, isso "feriu o direito de defesa" da petista.

A defesa da ex-presidente deve protocolar ainda outra ação no STF, desta vez pedindo a anulação de todo o processo, alegando falta de justa causa, ou pressupostos jurídicos, para o impeachment.

Segundo os advogados, o STF deve atuar para verificar a constitucionalidade do processo de afastamento porque o país corre o risco de viver "uma epidemia" de processos semelhantes.

"Em todos os estados em que governador não tiver uma maioria expressiva, haverá o risco de desestabilização do governo. A perspectiva é de que o impeachment se torne epidêmico no Brasil. Ou o direito se impõe sobre o poder, ou deixaremos de ser um estado de direito", diz a peça.

"A ameaça do impeachment, se puder ser decretado apenas por razões políticas, sem limites jurídicos, tende a se tornar um instrumento de barganha apto a degenerar ainda mais o já disfuncional presidencialismo de coalizão em vigor no Brasil", acrescentam os advogados.

A defesa inclui no mandado de segurança a versão que vem sendo repetida por Dilma e seus aliados desde a abertura do processo de impeachment: "impeachment fora dos limites constitucionais é apenas usurpação do poder conferido pelo povo".

Por fim, Dilma pede: "a suspensão, de imediato, dos efeitos da decisão do Senado Federal que condenou por crime de responsabilidade a Presidenta da República, ora Impetrante, com o consequente restabelecimento da situação de interinidade do Vice-presidente da República, até o julgamento final do mérito do presente mandado de segurança".

Enrolado na Lava Jato, Renan Calheiros ajuda salvar direitos de Dilma pensando em seu futuro

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB), votou pela primeira vez nesta quarta-feira (31) no processo de julgamento de Dilma Rousseff, afastada definitivamente do Presidência da República.

Após se abster nas duas primeiras votações na Casa, a última delas que admitiu a abertura do processo, o pemedebista se posicionou: foi favorável ao impeachment da petista.

Renan foi o grande influenciador dos pemedebistas que, apesar terem votado a favor do impeachment de Dilma, foram contrários a perda de seus direitos políticos.

O presidente do Senado afirmou em plenário que "não é da Constituição inabilitar a presidente da República como consequência de seu afastamento" antes de declarar que votaria contra a perda dos direitos políticos de Dilma Rousseff.

Ao todo, 16 senadores votaram sim pelo impeachment, e não pela perda de direitos políticos de Dilma. Metade desses são do PMDB. São eles: Acir Gurgacz (PDT-RO), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Cidinho Santos (PR-MT), Cristovam Buarque (PPS-DF), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Hélio José (PMDB-DF), Jader Barbalho (PMDB-PA), João Alberto Souza (PMDB-MA), Raimundo Lira (PMDB-PB), Renan Calheiros (PMDB-AL), Roberto Rocha (PSB-MA), Rose de Freitas (PMDB-ES), Telmário Mota (PDT-RR), Vicentinho Alves (PR-TO) e Wellington Fagundes (PR-MT).

Outros três se abstiveram: Eunício Oliveira (PMDB-CE), Maria do Carmo (DEM-SE) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

'A democracia nos corrigirá'
Com o voto de Renan, o placar antes apertado, chegou a 61 votos favoráveis ante 20 contrários - eram necessários 54 para que a presidente perdesse o poder. A posição de Renan deu ainda mais força aos senadores do PMDB favoráveis ao impeachment.

"Podemos estar cometendo um erro seja qual for o veredicto que adotemos? Sim, mas essa é a grande insofismável verdade. Eis aqui a grandeza da democracia. (...) Se errarmos, a democracia nos corrigirá, e o povo nos corrigirá", declarou Renan no plenário antes da votação.

O presidente do Senado também pediu desculpas aos brasileiros por "qualquer atitude mais contundente ou emocional". Durante a fase final do julgamento, ela afirmou: "Eu fico muito triste porque essa sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita", disse antes de bater boca com senadores.

Já na segunda votação, que definiu sobre a inelegibilidade de Dilma, Renan foi favorável a Dilma manter seus direitos políticos. Ou seja, apesar de cassada do mandato, ela ainda pode se candidatar a cargos públicos. Enrolado até a raiz dos cabelos nas falcatruas investigadas pela Operação Lava Jato, Renan ajudou a petista a salvar seus direitos políticos pensando em seu futuro. Que os eleitores não esqueçam!

Rui Falcão cai no choro ao ver o resultado do impeachment na TV

Na manha desta quarta-feira, o clima era de velório no Palácio da Alvorada, mesmo assim, a alta cúpula petista espera por um milagre que salvaria o mandato da agora 'ex-presidenta' Dilma Rousseff. Como sabemos, o milagre não aconteceu e o Brasil comemorou como se fosse final de Copa do Mundo.

A voz de Ricardo Lewandowski anunciou o fim da votação na televisão da biblioteca do Palácio da Alvorada. Ao lado de Lula, Dilma Rousseff observava atenta a sessão que, após quatro meses, selaria seu destino. Aliados choravam, inclusive Rui Falcão, presidente do PT.

O silêncio foi quebrado quando o placar mostrou o número de apoiadores da petista: 20. “Filho da puta!”, soltou Dilma, referindo-se a Telmário Mota (PDT-RR), que mudara de lado após promessa de cargos.

Dilma também se decepcionou ao ver seu ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) votando a favor de sua inabilitação.

Agora, não há mais o que fazer. A ex-presidente tem dois destinos possíveis: Porto Alegre ou Rio, onde a mãe tem um apartamento. Paula, sua única filha, não apareceu para vê-la durante seu exílio do Planalto. Dizia que precisava cuidar do filho bebê. A tendência é que Dilma Rousseff tende a ser “demonizada” pelo PT. A cúpula do partido, que nunca caiu de amores pela ex-presidenta, agora se distancia à luz do dia, como no embate sobre a proposta de plebiscito.

O abandono crescente faz amigos arriscarem um palpite: ela terá da sigla o mesmo tratamento dado a Luiza Erundina ao deixar a Prefeitura de SP. é bem possível que abandone de vez o PT e se filie ao PDT.

De qualquer forma, Dilma agora é parte do passado e o Brasil tem que olhar para o futuro e esquecer o prejuízo trazido por 13 anos de petismo. Oxalá isso não se repita!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Após impeachment, petistas fazem baderna na Paulista e entram na borracha

Policiais militares lançaram mais de 10 bombas de gás lacrimogêneo em um intervalo de dois minutos contra os manifestantes que marchavam contra o impeachment na altura da esquina da rua da Consolação com a rua D. Antônia.

As ruas da região central de São Paulo foram tomadas na noite desta quarta-feira (31) por uma série de confrontos entre manifestantes contrários ao presidente Michel Temer e a Polícia Militar.

Agências bancárias, lojas e ao menos uma viatura da Polícia Civil foram depredadas. Sacos de lixos foram arremessados nas vias e queimados, formando assim pequenas barricadas.

A Polícia Militar não informou número de pessoas detidas, mas diz que um policial ficou ferido sem gravidade. A confusão começou por volta de 20h15, mas cada lado dá uma versão sobre seu início.

Policiais militares informaram que a confusão começou na rua da Consolação, quando um grupo de manifestantes, quase ao final do ato, lançou rojões contra policiais da Tropa de Choque.

Por sua vez, manifestantes que tentavam escapar das bombas dos policiais disseram à emissora que a manifestação começou no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) de forma pacífica. Quando um grupo de pessoas tentou descer a rua da Consolação em direção ao centro da cidade, uma barreira policial teria impedido de forma agressiva. Um manifestante com o rosto coberto disse que os policiais decidiram atacar e dispersar a multidão no meio de uma negociação de um grupo de jovens e policiais.

Em alguns lugares como praça da República, avenida São João, rua Ipiranga, Maria Antônia e Consolação, a PM jogou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes, que revidaram com bombas caseiras.

Temer diz que golpistas são Lula, Dilma e o PT

O presidente Michel Temer afirmou em seu primeiro discurso para ministros do governo nesta tarde que não está viajando para a China "a passeio" que a comitiva brasileira quer mostrar ao mundo que é um governo legítimo. "A partir de hoje divulguem que nós estamos viajando exata e precisamente para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade politica e segurança jurídica", disse, durante discurso em sua primeira reunião ministerial como efetivo.

O presidente recém-efetivado no cargo dedicou grande parte de seu discurso para rebater as acusações de petistas e apoiadores de Dilma de que o processo de impeachment teria sido um golpe. Ele chegou a orientar seus ministros a responder as provocações, disse que com o processo de afastamento de Dilma concluído seu governo não vai "levar ofensa para casa". "E, no mais, contestar a partir de agora essa coisa de golpista. Dizer: golpista é você, que está contra a Constituição", afirmou.


A fala de Temer também foi uma resposta ao discurso de Dilma após ser afastada, no qual afirmou que foi consolidado um "golpe de Estado" para um "grupo de corruptos" assumir o poder.

O peemedebista afirmou ainda que o principal objetivo da viagem é atrair recursos para o Brasil. "Vamos fazer várias viagens ao exterior com esse objetivo", disse. Ele destacou as agendas bilaterais previstas e disse ainda que durante o encontro do G-20, fará quatro discursos, inclusive no almoço com os líderes.

Para o dia 3 de setembro, por exemplo, já estão previstos encontros bilaterais com os primeiros ministros da Espanha e Itália, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há também a previsão de uma conversa com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. A agenda principal na China, o encontro dos líderes do G-20 em Hangzhou, está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.

Temer embarca hoje para a China. Na Base Aérea de Brasília, será realizada a transmissão de cargo do presidente, já efetivo, para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Desemprego
Ao abrir sua primeira reunião ministerial Temer, disse que o combate ao desemprego deve ser a principal missão de todos os ministros nos dois anos e quatro meses de seu governo. Ele chamou os titulares das pastas a se reunirem com as bancadas de seus partidos para buscarem a aprovação de medidas propostas pelo Executivo e autorizou os ministros a falarem pelo governo.

"Gerar emprego é o primeiro tema que deve ser levado em conta nas nossas decisões. Se há hoje um certo amargor das pessoas nas ruas, é em função do desemprego. Quando começarmos a gerar empregos, isso vai tirando esse amargor", afirmou. "Não será fácil. Temos uma margem enorme de desempregados, de quase 12 milhões de pessoas, uma cifra assustadora. Não há coisa mais indigna que o desemprego, que fere o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana", completou.

Em seu primeiro discurso como presidente efetivo, o peemedebista disse esperar que sua equipe de governo consiga colocar o Brasil nos trilhos, para conseguir chegar ao fim do seu mandato, em 31 de dezembro de 2018, "com o aplauso do povo brasileiro". Ele ressaltou que, passada a interinidade, o governo passa a ter uma nova posição.

"Enquanto interinos, nós todos agimos como se fóssemos titulares efetivos, mas evidentemente a interinidade sempre deixava certa preocupação sobre até onde poderíamos ir. O fato é que nós fomos longe, depois de muita meditação sobre os temas que nos chagaram às mesas", afirmou.

Temer elogiou a postura dos ministros durante o governo interino e lembrou que governa por meio da descentralização de ações, mas com centralização das decisões. "Todos os ministros tinham agenda própria, mas despachavam comigo. Tudo foi bem feito e isso resultou na efetivação de todos, na minha e dos senhores ministros." O presidente disse que agora está sendo inaugurada uma fase com dois anos e quatro meses. "A cobrança será muito maior sobre o governo", afirmou.

Agora, Dilma tem 30 dias para desocupar Palácio do Planalto

O advogado de defesa da presidente cassada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou que ela tem, formalmente, 30 dias para desocupar o Palácio da Alvorada. O ex-ministro da Justiça, no entanto, disse não saber quando a petista deverá sair da residência oficial da Presidência da República.

Desde que foi afastada do cargo, em 12 maio, ela transformou o local em uma espécie de "quartel-general" para receber aliados. Parte da sua mudança, no entanto, já foi encaminhada para Porto Alegre, onde mora a sua filha e seus dois netos, e para onde deve se mudar em breve.

Após a mudança de Dilma, o agora presidente Michel Temer deverá deixar o Jaburu e mudar para o Alvorada com a família.

Sem salário
Como ex-presidenta, Dilma não receberá salário, mas terá direito a oito servidores, sendo dois assessores, quatro seguranças e dois motoristas além de dois carros. Todas as despesas relacionadas à gestão dos servidores e dos dois veículos serão custeadas pela Casa Civil, com recursos do Tesourou Nacional.

Atualmente, têm direitos aos mesmos benefícios concedidos à Dilma os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva. Até então único presidente cassado depois da redemocratização, Collor não teve direito a assessores, seguranças e veículos porque respondia a processo penal no Supremo Tribunal Federal. Após ser absolvido, no entanto, Collor requereu e passou a ter direito aos benefícios.

Até a Constituição de 1988, os ex-presidentes tinham direito a aposentadoria vitalícia, conforme lei aprovada durante o regime militar. O benefício foi revogado pela Constituição de 1988.

Ficha Limpa
Cardozo diz que Dilma não entra na Lei da Ficha Limpa porque não cometeu crime de improbidade. Segundo ele, crime de responsabilidade não consta dessa lei. "Ficar proibido de exercer funções por questão orçamentária é um absurdo", avaliou

Após a sessão em que a presidente teve o mandato cassado, mas não perdeu os direitos políticos, Cardozo evitou classificar de vitória a segunda votação. Por diversas vezes, afirmou que "hoje é um dia de luto para a democracia" e que a interpretação do Congresso foi "uma derrota gravíssima para o Brasil".

"Dilma teve pena gravíssima", disse.

Supremo
O ex-ministro de Dilma disse ainda que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) com duas ações, uma entre esta quarta (31) e quinta-feira (1º), e a segunda nos próximos dias. Ainda irá questionar o impeachment, que afirma ser infundado.

"Sei que existem juízes que partem de uma visão mais tradicional, mas se ministros do STF não puderem rever impeachment, amanhã ou depois eles serão vítimas", garantiu.

O ex-advogado-Geral da União rebateu as acusações de que Dilma teria feito acordo com o ex-presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ele, quem fez acordo com Cunha foi a oposição e pediu que consultassem os jornais para comprovar sua fala. Ainda sobre Cunha, Cardozo afirmou que o deputado, sim, cometeu crime de improbidade e que poderá ser acusado por isso.

Questionado sobre o futuro do PT, o ex-ministro afirmou que neste momento tentam fazer uma generalização indevida do partido "Não podemos permitir que petistas sejam acusados de forma generalizada", disse.

Ao deixar o Senado Federal, Cardozo afirmou que irá se reunir com Dilma. "Vou ao Alvorada", limitou-se a dizer. Ele afirmou que Dilma sempre deu a ele liberdade para administrar o processo e que ainda não conversou com ela se ela pretende ingressar em algum cargo público. "Nunca conversamos sobre interesse de Dilma de assumir outra função pública", concluiu.

Com farto café da manhã pago pelos brasileiros, Dilma, Lula e petistas acompanham votação no Senado

Os 13 anos do desgoverno PT vivem seus derradeiros momentos e seus integrantes locupletam-se pela última vez das benesses pagas com o dinheiro do contribuinte brasileiro. Enquanto esperam o término da sessão final do impeachment que acontece neste momento, os petistas entrincheiraram-se no Palácio da Alvorada e desfrutam de farto café da manhã pago com o dinheiro do erário público. Espera-se que seja a última vez.

A presidente afastada Dilma Rousseff assiste à votação final do julgamento do processo de impeachment, nesta quarta-feira (31), na residência oficial, o Palácio da Alvorada, acompanhada de alguns aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também estarão ao lado de Dilma o presidente do PT, Rui Falcão, e o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), um de seus principais defensores no Congresso nacional.

Ex-ministros mais próximos da petista, como Jaques Wagner e Miguel Rossetto, também estão presentes enquanto o Senado decide se aprova ou rejeita o impeachment.

Após o Senado tomar uma decisão, a presidente afastada pode fazer um pronunciamento, informaram nesta terça (30) os assessores de Dilma. O pronunciamento deverá ocorrer no Palácio da Alvorada. Dilma já falará como ex-presidente, uma vez que a decisão do senado tem caráter imediato.

Zé Cuecão arma barraco gritando 'golpista' no Senado e quase é retirado pela polícia do plenário

O deputado José Nobre Guimarães (PT), famoso pelo episódio dos dólares na cueca, e o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) protagonizaram um tumulto na sessão desta terça-feira (30), no Senado Federal.

A confusão teve início por volta das 11h20, ao final da manifestação da advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment.

No momento em que Janaína descia da tribuna, após usar 51 minutos do tempo de uma hora e meia reservado à acusação, Guimarães a chamou de “golpista”, o que gerou reação de Nunes.

O tucano solicitou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que Guimarães fosse retirado do plenário. O parlamentar tucano fez o pedido após o petista ter chamado de “golpista” Janaína Paschoal.

Diante do princípio de tumulto generalizado no plenário, o presidente do Supremo decidiu interromper, por cinco minutos, a sessão para tentar acalmar os ânimos.

À imprensa, Guimarães negou ter feito provocação. Segundo ele, estava apenas exercendo seu direito de defender a presidente afastada. “Tenho o direito, como parlamentar, de acompanhar dentro do Senado. Era só o que me faltava quererem calar a minha voz. Eu estou tranquilo. Não provoquei ninguém, estou exercendo o meu direito de defender a presidente Dilma”, disse.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Dilma liga para José Eduardo Cardoso e elogia pastelão encenado: "Chorou, hein?"

A presidente afastada Dilma Rousseff telefonou nesta terça-feira (30) para José Eduardo Cardozo, seu advogado, e elogiou a última defesa que ele fez, no plenário do Senado, no processo de impeachment. "Chorou, hein?", disse Dilma, que está reunida, no Palácio da Alvorada, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes de movimentos sociais.

"No dia em que uma pessoa perde a capacidade de se indignar diante da injustiça, é porque se desumanizou. E eu não quero me desumanizar", afirmou Cardozo, após receber a ligação de Dilma, por volta de 15h35.

Lula também elogiou Cardozo, com quem já teve vários embates na época em que ele era ministro da Justiça do governo Dilma e, na avaliação do petista, não controlava a Polícia Federal. "Cardozo fez uma defesa brilhante", afirmou o ex-presidente.

O advogado de Dilma se emocionou nesta terça-feira ao lembrar da Lei de Anistia. Disse que o que mais lhe doía, quando ocupava o Ministério da Justiça, era precisar pedir desculpas à família de um desaparecido político, em nome do Estado, quando a pessoa já havia morrido. "Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça tenha dignidade de se desculpar a ela. Se ela estiver viva, que se faça de corpo presente.

Se ela estiver morta, que faça a seus filhos e netos. Peço, por favor, que julguem pela justiça, julguem pela democracia, julguem pelo Estado de Direito", apelou Cardozo.

Collor se vinga do PT: "Golpe foi em 92", diz o hoje senador e ex-presidente também cassado

Primeiro presidente da República a sofrer impeachment, em 1992, o senador Fernando Collor (PTC-AL) sinalizou voto favorável à cassação do mandato da presidente afastada Dilma Rousseff, mesmo depois de se reunir com a petista e com o ex-presidente Lula no último domingo (28). O senador usou em seu último discurso antes do julgamento de Dilma trechos de uma nota divulgada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Movimento dos Sem Terra (MST) em 1992, época do seu impeachment, para afirmar que “o país não vive qualquer clima de golpe”.

Parafraseando a nota dos grupos que hoje são contra a saída de Dilma afirmou: “A crise que abala a nação não é fantasiosa, nem orquestrada, porém protagonizada pelo próprio poder Executivo”.

Collor afirmou que “a destituição de um chefe do Executivo não é uma pena, mas uma medida de governo”. Para o senador, o impeachment é usado “como solução de crises”. E relembrou seu caso, quando mesmo “eleito democraticamente”, o “condenaram politicamente em meio à uma trama”. o O ex-presidente ressaltou que o processo atual é “completamente diferente”. E disse que Dilma fez da “cegueira econômica seu calvário” e da “surdez política o seu cadafalso”.

O senador é alvo dos inquéritos 3883, 4162, 4166, 4167 e 4250 por crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. Em 20 de agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o senador, por entender que há elementos suficientes para a abertura de ação penal. Caberá aos ministros do Supremo aceitar ou não a denúncia. Janot pede ainda a decretação da perda do mandato do senador em caso de condenação.

A investigação foi aberta para apurar as relações do parlamentar com o doleiro Alberto Yousseff. Policiais federais apreenderam no escritório de Youssef oito comprovantes de depósitos bancários, que somam R$ 50 mil, a Collor. Em delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, diz que repassou R$ 26 milhões a pessoas ligadas ao senador como comissão por um contrato fechado com uma subsidiária da Petrobras. Collor nega envolvimento com as denúncias e atribui as investigações a perseguição do Ministério Público Federal.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Polícia dispersa militontos do PT que faziam protesto na Paulista conta o impeachment

As frentes Povo sem Medo e Brasil Popular realizaram na noite desta segunda-feira (29), na avenida Paulista, região Central de São Paulo (SP), uma manifestação em protesto contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, cujo julgamento no Senado entrou no quarto dia.

O clima é tenso na região, e a Polícia Militar (PM) chegou a usar bombas de efeito moral para impedir que os manifestantes se aproximassem do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entidade que os dois movimentos consideram "patrocinadora do golpe" contra a presidenta afastada.

A caminhada começou por volta das 18h20 na Praça do Ciclista, que fica na Paulista, e chegou até a sede da Fiesp, situada na mesma avenida. A PM fez um bloqueio para evitar que os manifestantes chegassem ao prédio da entidade. Quando estes se aproximaram do bloqueio, por volta das 18h50, os policiais começaram a soltar bombas de efeito moral. Os participantes da passeata correram então para o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp)m que fica perto do prédio da Fiesp.

O major Teles, responsável pelo policiamento da região nesta segunda-feira, disse aos jornalistas que a PM soltou as bombas porque os organizadores não tinham informado qual seria o trajeto da manifestação.

A PM não fez estimativa sobre o número de participantes do protesto, estimado pelos organizadores em 2.000.

Rio
Cerca de 300 pessoas estiveram reunidas por volta das 19h desta segunda (29) também em um ato contra o impeachment de Dilma Rousseff, em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio. O protesto foi convocado por organizações que compõem a Frente Brasil Popular, como sindicatos, associações de estudantes e movimentos sociais que defendem os direitos de minorias.

Os manifestantes gritam "Fora Temer" e defendem a permanência de Dilma na Presidência. O número de manifestantes não é muito grande porque a transmissão do interrogatório de Dilma no Senado, iniciada de manhã e que deve ir até o fim da noite, "roubou" público, acredita a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que participa do protesto. Os participantes planejam seguir pela Avenida Rio Branco em passeata.

"Nosso objetivo é fazer mobilizações todos os dias. Muita gente não veio porque está acompanhando (a sessão no Senado) pela TV. Dilma está se saindo muito bem, segura e firme. O fato de estar acompanhada de amigos, como Lula, seus ministros e o Chico Buarque a deixa confortável. Ela não deixa nenhuma pergunta sem resposta. Está lá por respeito à democracia, ao contrário de quem quer tirá-la da presidência. A receptividade está sendo boa", avaliou Benedita da Silva.

Nicolás Maduro e iraniano mandam "abraço de solidariedade à Dilma Rousseff"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu a presidente afastada Dilma Rousseff durante visita do chanceler iraniano, Mohamad Yavad Zarif, a Caracas, no último sábado (27).

"É uma ofensa imperialista contra todos os movimentos progressistas, contra a presidente Dilma Rousseff. Anunciaram para segunda-feira um golpe parlamentar. A oligarquia brasileira está contra uma líder honesta, uma grande mulher", disse Maduro.

O presidente venezuelano destacou sua solidariedade à petista. "Nós enviamos nosso abraço de solidariedade, de acompanhamento e irmandade", afirmou.

Sem 'Bolsa Paletó', Dilma repete roupa no depoimento do Senado.

Em meio à pior crise política e econômica pela qual o Brasil passa nos últimos 30 anos, o inferno na vida da presidente afastada atinge também seu guarda-roupa. Sem as centenas de assessores, mordomias sem fim e cartão corporativo com gastos liberados, o impeachment obrigou a petista a reformar o armário. Em vez de trocar tudo por roupas novas, a ex-chefe do Executivo teve que reformar vestimentas e se contentar em repetir roupas nos compromissos oficiais que ainda mantêm.

Nesta segunda (29), a presidente comparece ao Senado para um dos seus últimos compromissos oficiais: o depoimento no Julgamento final do Impeachment. E lá estava Dilma Rousseff envergando uma roupa que já havia usado neste mesmo Senado quando de sua posse para o segundo mandato.

Entre diversas outras mordomias, Dilma perdeu a 'boquinha' conhecida como "Bolsa Paletó" que garantia a petista gastos ilimitados na renovação de seu guarda-roupa à custas do erário público. Em julho, o jornal O GLOBO divulgou que o cabeleireiro Celso Kamura cobrava "só" de deslocamento para atender a presidenta a bagatela de R$ 5 mil. Essa farra também acabou.

Em ofício, à época da divulgação dos gastos de Dilma com roupas e maquiagem, o Palácio do Planalto afirmou que a produção de "uma autoridade do sexo feminino" é diferente e autorizou o ajuste nos custos porque uma mulher precisa de um profissional específico e não um maquiador padrão, como era o caso do ex-presidente Lula.

Pelo jeito, a 'presidenta' já está se acostumando com os novos tempos. Em Curitiba, Dilma não terá que se preocupar com a vestimenta. O uniforme é padronizado para todos os detentos!

Lula, 'o protetor do povo' não faz as contribuições sociais obrigatórias e recebe multa milionária da receita

O Instituto Lula perdeu a isenção fiscal durante o período de 2011 a 2014 por "desvios de finalidade", segundo o jornal Folha de S. Paulo. A Receita Federal puniu a entidade com uma multa milionária, entre R$ 8 milhões e R$ 12 milhões, cobrança de imposto de renda relativo ao período e contribuições sociais. O Instituto será comunicado formalmente durante essa semana sobre as cobranças.

A investigação, conduzida pela Polícia Federal, começou em dezembro do ano passado. Dentre as irregularidades apuradas está o repasse de R$ 1,3 milhão para a empresa G4 Entretenimento, pertencente ao filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís, e Fernando Bittar, dono do sítio de Atibaia, pois a Receita afirma que houve simulação de prestação de serviço como forma de transferência de recursos da entidade.

Outras irregularidades apontam que houve pagamentos sem destinatários e aluguel de imóvel apontado como sede, mas que era diferente do endereço do Instituto. Os auditores apontam que o repasse se configura como desvio de funcionalidade.

O Instituto recebeu, durante o período, quase R$ 35 milhões em doações, sendo grande parte de empreiteiras como Odebrecht e Camargo Corrêa, envolvidas na Lava Jato. Os investigadores suspeitam que o Instituto tenha sido usado para lavar dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras. O Instituto Lula declarou ao jornal, por meio de sua assessoria, que não iria comentar o assunto enquanto não fosse notificado.

domingo, 28 de agosto de 2016

Se Dilma falar em 'golpe', vai ouvir o que não quer no Senado, prometem aliados do governo

O líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que o plenário da Casa adotará uma postura "respeitosa e civilizada" durante a defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, marcada para começar às 9 horas desta segunda-feira (29). O tucano, entretanto, admitiu que "qualquer provocação será confrontada".

Cássio Cunha Lima participou neste domingo de reunião com a base de apoio do presidente interino, Michel Temer, para discutir justamente a sessão de amanhã, que marca o capítulo final do processo de impeachment da petista.

O senador também destacou que qualquer menção a golpe por Dilma será "uma afronta à democracia". "Não podemos admitir (a palavra) 'golpe' em um julgamento presidido pelo presidente da Suprema Corte", afirmou Lima, referindo-se ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

Para o tucano, Dilma "não pode transformar o plenário do Senado em um set de filmagem". "Se por ventura essa acusação (de golpe) for feita na boca da própria presidente, haverá reação, porque quem cometeu um golpe foi a presidente ao mentir à população brasileira". Para concluir, Lima disse que o tom da sessão desta segunda-feira será dado pela própria presidente afastada.

Morando nos EUA e órfã da Lei Rouanet, Sônia Braga repete o mantra petista do 'golpe'

Morando nos Estados Unidos e longe dos problemas criados pelo PT à população Brasileira, a artista Sônia Braga parece desconhecer o mal causado pelos governos petistas de Lula e Dilma e durante a abertura do Festival de Cinema de Gramado (RS) disparou a falar besteiras: “Nunca é suficiente repetir que é golpe. Ter criado esse precedente foi um crime”, disse a atriz Sonia Braga durante a abertura do na última sexta-feira (26).

Sonia é a protagonista do filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, que abriu o festival. A sua fala iniciou uma grande manifestação do público aos gritos de “Fora, Temer!”. Este filme é o mesmo em que artistas fizeram o Brasil passar vergonha no no Festival de Cannes (França) quando criticaram o processo que levou à abertura do processo de impeachment de Dilma.

Na época, aequipe do filme brasileiro, com o diretor Kléber Mendonça Filho e os atores Humberto Carrão e Maeve Jinkings à frente, exibiram cartazes em inglês e francês no topo da escadaria que leva ao Palácio dos Festivais denunciando o 'golpe'.

O ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, estava presente em Gramado e foi chamado de golpista pela plateia.

Sônia Braga ainda falou mais asneiras: “Penso que o que está acontecendo, a manipulação da tomada do poder, tem que ser exposto ao mundo inteiro”, afirmou.

O diretor do filma também foi outro que criticou o governo Temer: “O que me motivou foi um senso de cidadania”, disse Kleber Mendonça Filho, sobre os protestos em Cannes. “A democracia ainda é a melhor forma de sociedade. Quando se quebra esse processo, a situação torna-se problemática. Fora do sistema democrático tem quem não o aceite. Foi um gesto, mais do que um ato.”

Artistas sem expressão, ficaram durante anos mamando no Ministério da Cultura e na Lei Rounaet. O Governo Temer, prometeu à população que está cansada de sustentar os petistas que irá passar a controlar mais efetivamente o dinheiro. A farra petista acabou!

Impeachment de Dilma provoca êxodo de haitianos para a Costa Rica

Por anos, os governos petistas de Lula e Dilma foram pródigos em promover uma série de benefícios á toda sorte de 'oprimidos e necessitados' dos países da América Central África. Imigrantes destes países que aqui chegavam ganhavam uma série de benefícios que até mesmo transformam brasileiros nas mesmas condições em 'pobres de segunda classe'.

Milhares de haitianos, acharam por bem vir ao Brasil. Através do Acre, governo há anos por uma casta petista, eles chegavam, ganhavam abrigo e ônibus de graça para o sudeste. Como todo governo petista, a transferência do problema para outros estados mantinha a propaganda de amigo dos necessitados  e de quebra passava a conta da bondade para outros. Agora, com o fim do desgoverno petista, a realidade está mudando.

A crise econômica no Brasil, provocada pela corrupção e descontrole fiscal petista e o fim das obras para a Olimpíada estão gerando uma consequência inesperada. Muitos dos 50.000 imigrantes haitianos que estavam no Brasil estão se dirigindo aos EUA em busca de emprego e ajuda que acabou com o governo petista.

Os haitianos se instalaram no Brasil quando receberam residência especial após o terremoto de 2010, que devastou o país caribenho e matou cerca de 300.000 pessoas. Seis anos depois, muitos agora estão piorando a crise migratória na Costa Rica, que tem dificuldades para lidar com a maior chegada de pessoas desde as guerras civis que assolaram os países vizinhos durante a Guerra Fria.

Estável e relativamente abastada em uma região pobre e violenta, a Costa Rica tem enfrentado repetidas crise de imigração. Entre outubro de 2015 e março passado, cerca de 8.000 cubanos que rumavam para os EUA ficaram na Costa Rica depois que a Nicarágua fechou sua fronteira. Posteriormente, eles foram levados de avião para El Salvador e seguiram caminho para os EUA via México.

Sem documentoO ministro das Comunicações da Costa Rica, Mauricio Herrera, disse que os haitianos buscam tratamento semelhante ao dado aos cubanos. Uma decisão da Corte Suprema da Costa Rica impede o país de deportar cubanos e tem sido difícil devolver os haitianos ao seu país de origem porque muitos não possuem documentos de identidade e porque o Haiti resiste em aceitá-los de volta.

Nos últimos dois anos, a Costa Rica também recebeu milhares de migrantes de El Salvador, Guatemala e Honduras que fugiam da violência e da pobreza em seus países.

“Eles estão fugindo de situações muito difíceis”, disse a vice-ministra de Governo, Carmen Muñoz, a uma comissão do Congresso neste mês. “Eles já não têm emprego e milhares estão migrando do Brasil para os EUA em busca de um futuro melhor”.

Renan Calheiros negociou para Dilma renunciar e se eleger senadora em 2018

Nos bastidores do mundo político de Brasília se comenta que aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) encontraram a presidente afastada Dilma Rousseff para lhe apresentar uma estratégia que poderia ser posta em prática na sua ida ao plenário na segunda-feira (29), 24h antes do desfecho do processo.

A proposta seria que ela, durante seu fala no plenário do Senado, anunciasse a renúncia do cargo de presidente da República. Com o gesto da petista, caciques de partidos mais próximos tentariam evitar a soma de 54 votos pelo impeachment na terça (30), dia agendado para a votação.

Na avaliação de parte dos aliados da presidente, a renúncia seria — ao contrário do que a própria petista considerava — uma saída honrosa que, na pior das hipóteses, garantiria a manutenção dos direitos políticos, se o processo do impedimento fosse derrubado no plenário. Um dos argumentos era de que, no futuro, Dilma pudesse sair do PT, buscar filiação no PDT e até mesmo voltar a se candidatar em 2018. Interlocutores de Renan chegaram a discutir uma disputa ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

Recentemente, os aliados de Dilma assistiram a cúpula petista buscar distância do processo de impeachment, e Executiva do PT recusar, por 14 votos a dois, o enterro da proposta de Dilma de realizar um plebiscito de novas eleições. O martelo batido por Rui Falcão, presidente da legenda, selou de maneira deselegante a relação tempestuosa entre os dois.

Lembra-se que Dilma é originária do PDT, e nunca teve uma convivência pacífica com os petistas. Em seu primeiro ano do mandato, ainda em 2011, a imagem de “faxineira” passou a ser vinculada à da presidente, hoje afastada, por ela ter tirado do ministério parte da tropa indicada por seu padrinho político, Lula. Os movimentos irritaram a cúpula do partido, que chegou a considerar que Dilma jogava contra o ex-presidente.

Além do seu fiel escudeiro, José Eduardo Cardozo, Dilma se cercou de pessoas que nunca foram caíram nas graças de integrantes do partido, como Aloizio Mercadante e Kátia Abreu.

O apoio público à presidente deu-se mais por uma simples tentativa de manutenção dos cargos na Esplanada dos Ministérios do que afinidade política. A tentativa de negociação com Dilma sobre a possibilidade de renúncia foi logo interrompida com a negativa da presidente afastada à proposta.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...