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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Ex assessor de Palocci, tenta o suicídio, eles não estão aguentando a "justiça" - Sérgio Moro

O juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do antigo assessor do ex-ministro Antonio Palocci da Superintendência da Polícia Federal no Paraná para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde estão os presos da operação Lava Jato. Preso na operação Omertá na última semana de setembro, Branislav Kontic tentou suicídio na cela da PF, ingerindo 40 comprimidos no sábado, 1º de outubro.

Brani, como é conhecido, foi levado ao Hospital Santa Cruz, em Curitiba, "para acompanhamento médico e a realização de exames", segundo a PF. Ao pedir autorização para remover Brani, o delegado Igor Romário de Paula argumentou que no Complexo Médico, o ex-assessor de Palocci ficará "sob acompanhamento especializado e a disposição deste juízo".

Na segunda-feira (3) Moro autorizou o deslocamento de Brani para o Complexo Médico Penal.

A investigação da Omertà afirma que Palocci, com "importante e constante auxílio" de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.

Segundo o Ministério Público Federal, a atuação do ex-ministro se deu inclusive no período em que exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e diversos encontros.

A força-tarefa da Lava Jato aponta que e-mails e anotações apreendidos durante a operação indicam que os acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais.

Os encontros, de acordo com a Procuradoria da República, foram realizados "por diversas vezes" nos endereços residencial e profissional do ex-ministro - agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor, Branislav Kontic. Além do auxílio de Kontic, apurou-se que o recebimento dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado, seu ex-assessor.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Pra infelicidade de Lula, Sérgio Moro continuará nas investigações a decisão é do STF

Por 4 a 0, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (4) manter com o juiz federal Sérgio Moro três inquéritos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão do colegiado confirmou a liminar concedida no mês passado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no STF.

A defesa de Lula apresentou uma reclamação alegando que o juiz federal Sérgio Moro "usurpa" a competência do STF, pois estaria apurando fatos envolvendo um esquema de corrupção na Petrobras que já são alvo de investigação pela Corte.

Além de Teori, votaram pela rejeição do pedido da defesa de Lula os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. O ministro Celso de Mello não compareceu à sessão.

Para os advogados do petista, há "múltiplos procedimentos investigativos", que enfocariam os "mesmos atos e seus conexos, em trâmite nas diversas instâncias".

No mês passado, o ministro Teori Zavascki rejeitou o pedido da defesa, destacando que o inquérito 3989 que tramita no Supremo Tribunal Federal investiga a suposta participação de Lula em uma organização criminosa que desviava dinheiro da Petrobras, enquanto que a 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba apura outros fatos relacionados a possível recebimento de "vantagens indevidas".

À época, o ministro chegou a afirmar que a defesa do ex-presidente vinha apresentando "diversas tentativas" no sentido de "embaraçar as apurações" da operação Lava Jato. Depois de a defesa de Lula contestar as declarações, Teori Zavascki recuou e admitiu que a expressão foi "inadequada".

"É de se reconhecer ter sido inadequada, nas circunstâncias do caso e no que possa ser interpretada como pejorativa ao agravante, a expressão utilizada (...), qualificando certos fundamentos da reclamação como 'tentativas da defesa de embaraçar as apurações'", escreveu Teori. br/>

Até os Ptralhas reconhecem: PT perto do fim!

Em entrevista à Rádio Gaúcha, ex-governador do Rio Grande do Sul faz duras críticas à cúpula petista e ao ex-presidente Lula e diz que a maior derrota eleitoral do partido foi merecida. “PT passou a ser igual aos outros. Até pior, porque daí não se esperava o que passou a acontecer”

Um dos fundadores do PT e considerado uma das referências éticas da política no país, o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) fez duras críticas, na manhã desta terça-feira (4), à atuação da cúpula do Partido dos Trabalhadores e a responsabilizou pelos resultados negativos obtidos pela legenda no último domingo (2). Em entrevista à Rádio Gaúcha, o petista não poupou nem o ex-presidente Lula, de quem foi o primeiro ministro das Cidades, entre 2003 e 2005.

Para Olívio, o PT virou um “partido igual aos outros ou até pior” e a reação do eleitorado foi “legítima, consciente e necessária”. Na visão dele, a pior derrota eleitoral do partido foi merecida. “O partido tem de levar mesmo uma lambada e forte porque errou, e errou seriamente. Essas figuras que atuaram na direção do partido, tomaram essas atitudes não sei com que instâncias, não houve instâncias de base, ou intermediárias do partido que orientaram ou decidiram sobre isso”, declarou. “No entanto, isso aconteceu. Não adianta querer dizer que não, culpar o adversário, a grande mídia. Tudo isso existe sim, mas existem os erros cometidos e graves pelos quais as pessoas estão sendo julgadas e algumas até presas”, acrescentou.

Segundo Olívio Dutra, o desgaste generalizado do partido ocorreu porque a direção partidária foi conivente com os petistas envolvidos em irregularidades. “Esse desgaste é do partido de forma generalizada porque a direção partidária não tomou as atitudes que deveria ter tomado lá bem antes para dizer que essas atitudes são de indivíduos, pessoas, não do sujeito coletivo, que é o partido. E condenar isso e ter práticas contrárias a tudo isso. Não, o partido agiu como a velha política tradicional que condenava, que elimina e contamina tantos outros partidos. Querer se defender dizendo ‘mas tem mais ladrão lá do que aqui’ não tem fundamento”, criticou.

Na avaliação dele, ao chegar ao poder, o PT assumiu uma posição que contraria os princípios que guiaram historicamente o partido. “A visão de que o Estado – federal, estadual e municipal – é uma coisa para ser assumida como propriedade do governante, dos familiares, dos amigos e dos financiadores de campanha é totalmente antagônica ao princípio que gerou o partido”, apontou.

Outro grave erro, considera o ex-governador gaúcho, foi fazer alianças com legendas que não tinham afinidade ideológica com o PT. “Aceitar coligações esdrúxulas com quem não defendeu em eleição o programa que elege a presidente. Depois participam do governo por conta dessas coligações absurdas que não educam, deseducam, fazem a política do toma-lá-dá-cá, do é dando que se recebe, primeiro os meus, depois os teus, isso é a coisa mais tradicional da política que há séculos faz com que o país não funcione direito”, condenou. “Passou a ser igual aos outros. Até pior porque daí não se esperava o que passou a acontecer”, emendou.

Olívio Dutra também responsabilizou o ex-presidente Lula pela atual situação do partido. Na avaliação dele, o companheiro é uma pessoa “generosa” demais e abriu um “guarda-chuva enorme” que acabou protegendo gente que não tinha nada a ver com os propósitos do PT. E, por isso, tem de dar explicações.

“Acho o Lula uma pessoa com enorme sensibilidade para as questões sociais e políticas também. Está sempre adiante das coisas. Mas também está aceitando muito. Abre um enorme guarda-chuva, que acabou protegendo gente que não tem nada a ver com projeto de um partido de esquerda, democrático, socialista, participativo, instigador da cidadania, provocador do bom debate, criativo”, afirmou.

Para o ex-governador, faltou a Lula e a outras figuras históricas do partido, inclusive ele, ter se posicionado de maneira mais incisiva em relação aos colegas acusados de irregularidades. “Lula tem uma generosidade enorme e, por isso, agora tem de dar explicações por ter aberto um enorme guarda-chuvas e ter amigos que lhe prestaram tantos favores. E também o Lula, ou mesmo eu e outras pessoas deveriam ter pressionado e não pressionaram na hora certo, no ambiente adequado os indivíduos, e agora mais de 1,2 milhão de afiliados têm de dar explicação”, emendou.

Apesar de todas as críticas, Olívio afirma que não deixará o partido que ajudou a fundar em 1980 e que ainda acredita na possibilidade da reconstrução do PT. “Há condições de o PT se refazer. Não saio do PT, mas não concordo e não admito e estarei sempre contrário (a determinadas práticas). Há espaço no PT para retomar o caminho”, considerou.

Sindicalista, Olívio Dutra foi um dos fundadores do PT. Entre 1989 e 1993 foi prefeito de Porto Alegre, cargo que deixou para governar o Rio Grande do Sul até janeiro de 2003. Em 2006, depois de deixar o Ministério das Cidades no governo Lula, perdeu a disputa ao governo para a tucana Yeda Crusius. Na última eleição ao Senado, em 2014, perdeu a vaga ao Senado na disputa com Lasier Martins (PDT-RS). Olívio é conhecido por cultivar hábitos simples, como utilizar o transporte público urbano. Em dezembro do ano passado foi agredido durante assalto a um ônibus coletivo em que circulava pela capital gaúcha.

Prefeito eleito João Doria, corre o risco de não poder cumprir seu mandato

João Doria (PSDB) bateu um recorde de votação em São Paulo. Ele teve 3.096.304 de votos e se elegeu já no primeiro turno, fato que não acontecia desde 1992.

Mas há o risco dele não assumir o cargo de prefeito da cidade caso uma das ações judiciais contra a sua candidatura seja julgada, condenada e cassada. No total, são dois processos.

Um foi entregue pelo Ministério Público de São Paulo na segunda-feira, dia 26 de setembro. Já o outro foi aberto pelo atual prefeito Fernando Haddad no sábado, dia 1º.

Em ambos a acusação é de que João Doria teria cometido abuso de poder, além de utilizar a maquina pública dos governos de 4 estados para financiar a sua campanha, todos com governadores do PSDB: São Paulo, Goiás, Paraná e Mato Grosso.

Uma das ações judiciais ainda diz que empresas de Doria teriam contratos milionários com os quatro estados brasileiros.

Caso João Doria seja cassado antes de assumir, novas eleições seriam convocadas em São Paulo.

Moro defende, prisões preventivas na investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo julgamento dos processos no âmbito da Operação Lava Jato, defendeu nesta terça-feira (4), em São Paulo, o recurso a prisões preventivas como forma de reforçar as investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

"Claro que a prisão preventiva é excepcional, mas, infelizmente, estamos em tempos excepcionais", afirmou. "Mas mesmo essa excepcionalidade tem sido citada, nos casos que a comporta, dentro dos marcos legais. De maneira nenhuma eu defendo qualquer excepcionalidade em relação à inobservância da lei", afirmou.

O uso das prisões preventivas de acusados na Lava Jato tem sido muito criticado por advogados e alguns juristas, porque feriria o princípio de presunção de inocência.

Um dos casos mais polêmicos foi o recente pedido de prisão do ex-ministro Guido Mantega, detido quando estava em um hospital acompanhando a mulher, que iria se operada. A prisão foi revogada por Moro horas depois.

Moro falou para um público formado por juízes federais, no 5º Fórum Nacional Criminal dos Juízes Federais Criminais, organizado pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais).

Delação é a "cereja do bolo" O juiz defendeu também o expediente da colaboração premiada de acusados, igualmente criticado por advogados de acusados e alguns juristas.

Para Moro, a colaboração premiada tem sido muito importante no avanço das investigações da Lava Jato, com foco em desvios de recursos de contratos da Petrobras, mas disse que não são o elemento mais importante. "Ela é a cereja do bolo", comparou, dizendo que são na verdade confirmações de provas já reunidas.

Moro também se posicionou a favor da manutenção da lei que determina a prisão de condenados em segunda instância, que será julgada nesta quarta-feira (5) pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "Acredito que o Supremo vai mantê-la", disse.

O juiz, entretanto, rejeitou a proposta de revisão da lei que trata de abuso de autoridade, defendida no Congresso Nacional pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos nomes citados em delações no âmbito da Lava Jato, como beneficiário de desvios.

Para Moro, reações como essa são "uma situação com a qual temos de nos preocupar".

Ele voltou a se dizer favorável ao projeto de 10 medidas contra a corrupção, de iniciativa do Ministério Público Federal e com apoio popular. "O Legislativo pode não aceitar uma ou outra, mas elas têm um valor intrínseco", opinou.

Moro lembrou também da Operação Mãos Limpas, cujos resultados práticos têm sido contestados hoje, porque não teria reduzido a corrupção na Itália, e defendeu-a.

Ele citou, fazendo um paralelo com a situação brasileira, que houve uma movimentação de parlamentares à época para criar manobras de modo a salvar esquemas e evitar condenações.

Para Moro, entretanto, algo melhorou no sistema italiano após a operação. Mas reconheceu ser "frustrante, porque foi uma perda de oportunidade".

Para Moro, a corrupção continuará em toda a parte, mas sua redução a níveis menos relevantes dependeria de uma ação conjunta de todas as instituições brasileiras, com o apoio da sociedade civil.

"Corrupção sistêmica é inconsistente com democracia", resumiu, dizendo que temos hoje uma "democracia degenerada".

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Monica Iozzi, terá que pagar R$ 30 mil para o ministro Gilmar Mendes

Monica Iozzi não vai aceitar calada a decisão judicial de pagar uma indenização de R$ 30 mil a Gilmar Mendes por criticá-lo no Instagram. De acordo com a informação da assessoria de imprensa da atriz publicada pelo jornal "Extra", a colega de elenco de Tony Ramos em Vade Retro vai recorrer o processo.

"Gilmar Mendes concedeu Habeas Corpus para Roger Abdelmassih, depois de sua condenação a 278 anos de prisão por 58 estupro. Se um ministro do Supremo Tribunal Federal faz isso... Nem sei o que esperar...", escreveu Monica na postagem no Instagram que causou revolta no ministro do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o comunicado publicado pelo jornal, a atriz afirma que não houve ofensa a Mendes, "mas sim a expressão de uma opinião sobre um fato público a respeito do julgamento de um médico que chocou o país. Médico acusado e condenado por ter abusado sexualmente de dezenas de suas paciente", disse.

O juiz que analisou o caso, Giordano Resende Costa, disse que Monica poderia dar sua opinião política, mas não "violar a dignidade, a honra e a imagem" do ministro.

Não é a primeira vez que a atriz causa burburinho nas redes sociais por conta de algum assunto em destaque na mídia. Ela sempre deixou muito clara a sua posição política quando comemorou a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Mesmo com contrato firmado com a TV Globo, Monica não teme retaliação da emissora.

PT é varrido de São Paulo, mas songo-mongo Suplicy, permanece como 'Mun-Há' e é o mais votado

A cidade de São Paulo teve o maior percentual de pessoas que não compareceram às urnas ou anularam seu voto em um primeiro turno das eleições municipais das últimas seis eleições. Neste domingo (2), 21,84% deixaram de votar. O percentual de votos nulos foi de 11,35%.

Até então, o maior percentual de abstenção registrado no primeiro turno de eleições municipais em São Paulo havia sido em 2012, quando 18,48% dos eleitores deixaram de comparecer, segundo os dados disponíveis na página do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Naquele ano, 31,26% não escolheram um candidato a prefeito em São Paulo.

Na eleição deste domingo, o percentual de votos brancos para prefeito de São Paulo foi de 5,29% (367 mil). Desde 1996, só a eleição de 2012 teve mais votos brancos para prefeito no primeiro turno, quando 381 mil votaram em branco (5,43%).

O aumento do desinteresse pelas eleições levou a um quadro surpreendente em 2016. João Doria (PSDB), eleito no primeiro turno, teve número menor de votos que a soma de brancos, nulos e ausentes. O tucano alcançou 3,085 milhões de votos, enquanto 3,096 milhões de eleitores não escolheram um candidato ou não votaram.

PT tem pior desempenho no primeiro turno de SP em 20 anos

O desempenho do candidato Fernando Haddad (PT) no primeiro turno das eleições deste domingo foi o pior dos últimos vinte anos para o Partido dos Trabalhadores na capital paulista. O atual prefeito da cidade recebeu 967.190 votos (16,70%) e não foi reeleito em São Paulo.

Esta é também a primeira vez que o PT não participa de um segundo turno na capital paulista.

A votação mais baixa do partido na primeira etapa das eleições nas últimas duas décadas aconteceu em 1996, quando Luiza Erundina, então no PT, recebeu 1,2 milhão de votos (24,509%).

O melhor resultado foi em 2004, quando Marta Suplicy, então prefeita de São Paulo, recebeu 2.209.264 (35,82%) de votos e foi ao segundo turno enfrentar o tucano José Serra, que a venceu.

Marta Suplicy, agora no PMDB, se candidatou pela terceira vez à prefeitura de São Paulo e teve o seu pior resultado no primeiro turno da capital paulista. Em quarto lugar, ela recebeu 587.220 votos (10,14% dos votos válidos).

Em 2000, quando ganhou as eleições à prefeitura, Marta era filiada ao PT e recebeu 2.105.013 votos na primeira etapa da eleição, 38,12% dos votos válidos. Ela foi para o segundo turno e venceu Paulo Maluf (PPB, atual PP).

Ela ainda tentou a reeleição pelo PT em 2004, quando teve seu melhor desempenho no primeiro turno da capital paulista e recebeu 2.209.264 votos (35,822% dos votos válidos). A candidata foi para o segundo turno, mas perdeu a prefeitura para José Serra (PSDB).

Depois de 33 anos no PT, Marta se desfiliou do partido em abril de 2015. Em setembro do mesmo ano se filiou ao PMDB.

Como partido, o PMDB paulistano teve um resultado pior que o da última eleição, em 2012, quando lançou o candidato Gabriel Chalita (que este ano concorreu como vice na chapa do petista Fernando Haddad).

No primeiro turno daquele ano, Chalita recebeu 833.255 (13,596%) votos na primeira etapa 2012. O resultado deste ano, no entanto, foi melhor que em 1996, quando José Pinotti recebeu 101.358 (1,924%) votos.

Vereador fantasma em São Bernardo, filho de Lula perde reeleição

O filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marcos Claúdio Lula da Silva (PT), não conseguiu se reeleger como vereador nas eleições municipais deste ano em São Bernardo do Campo (SP), um dos municípios tidos como reduto do petismo. Marcos Cláudio teve 1.504 votos, menos da metade dos 3.882 votos que ele obteve em 2012, quando foi eleito.

Marcos Cláudio é psicólogo e é filho do primeiro casamento de Marisa Letícia. Ele foi adotado legalmente por Lula.

Em 2016, ele contou com o apoio de diversos integrantes da família Lula da Silva na campanha. Juntos, seis integrantes da família doaram R$ 57,9 mil para a campanha de Marcos Cláudio, que arrecadou, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), R$ 108,5 mil. A maior doação da campanha veio do pai, que doou R$ 50 mil. A mãe de Marcos Cláudio, Marisa Letícia, doou R$ 1 mil.

Integrantes da família do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também fizeram doações a Marcos Cláudio. No total, a família Okamotto doou R$ 3,2 mil. A maior doação, foi de Paulo Okamotto, que doou R$ 2,5 mil.

O ex-presidente Lula, Marisa Letícia e Paulo Okamotto são réus da Operação Lava Jato. Eles são processados por terem recebido vantagens ilícitas pagas pela empreiteira OAS.

Além de não eleger o filho de Lula, o PT também ficou de fora do segundo turno para a prefeitura de São Bernardo, comandada atualmente pelo petista Luiz Marinho. O candidato do PT, Tarcísio Secoli, ficou apenas em terceiro lugar nas eleições, com 22,57% dos votos válidos. Orlando Morando (PSDB), com 45,07% dos votos válidos, e Alex Manente (PPS), com 28,41%, irão disputar o segundo turno na cidade.

Prefeito eleito de São Paulo, ironiza bazófias de Lula e diz que vai visitá-lo na cadeia em Curitiba

O prefeito eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), respondeu a um comentário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e devolveu o ataque. Mais cedo, quando votou em São Bernardo do Campo (SP) e sem citar nomes, Lula havia dito que São Paulo corria o risco de eleger um "aventureiro" assim como o ex-presidente Fernando Collor, que teria surgido "do nada".

"Eu estou numa noite de paz, mas o Lula sabe que em algum momento vou visitá-lo em Curitiba. Farei minha homenagem a ele", disse o tucano, em entrevista ao programa Conexão Repórter, do SBT. Curitiba é o principal palco da Operação Lava Jato, que há duas semanas tornou Lula réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

LULA ALFINETA DORIA: "É UM AVENTUREIRO"

Confirmando que recebeu um telefonema do presidente Michel Temer (PMDB) depois que as urnas fecharam, mas ainda antes do resultado oficial, Doria afirmou que o peemedebista prometeu colocar o governo federal à disposição da cidade. "Ele apoiou outra candidatura, mas disse que o governo federal vai estar à disposição para realizar projetos, sobretudo na saúde, habitação, educação e mobilidade urbana", disse. Doria falou que "em breve" vai fazer uma visita a Temer.

Assim como falou após ser confirmado como eleito no primeiro turno, Doria repetiu que o cenário fortalece seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), para as eleições presidenciais de 2018. "Não era um embate fácil. Ele aceitou, acreditou e apostou", comentou o prefeito eleito.

Doria afirmou que vai começar seu mandato se comprometendo a não se apresentar para uma eventual reeleição. "Não quero reeleição. Vou cumprir meu mandato de quatro anos sem reeleição, eu acho muito ruim ser eleito pensando em se reeleger", disse o tucano.

Como primeira medida ao assumir o Executivo, Doria repetiu que voltará os limites originais nas marginais Tietê e Pinheiros, para 90, 70 e 60 quilômetros por hora. "Depois, as prioridades serão saúde e educação."

João Doria elogiou os adversários, afirmando que são "bons políticos", e disse que não fará nenhuma concessão em subprefeituras ou secretarias para os partidos que o apoiaram. "Conviver não é ceder, é exatamente estabelecer uma relação republicana, não é preciso fazer a cessão nem o loteamento de nada", disse. Na chapa de Doria, 13 partidos compuseram a coligação. Sobre a transição, o tucano afirmou que o processo vai acontecer de forma "republicana".

domingo, 2 de outubro de 2016

Nem o berço do PT, resistirá as Eleições 2016

O edifício de concreto cinza em uma esquina movimentada de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, ficou com as obras paradas no primeiro semestre deste ano e está com a entrega atrasada. As pichações por todo lado denunciam o abandono recente no Museu do Trabalhador.

Iniciado em 2012, o projeto da Prefeitura de São Bernardo deveria ficar pronto em menos de um ano e custar R$ 18 milhões. O valor atualizado está em R$ 21 milhões, e o trabalho da Construções e Incorporações CEI ainda não terminou.

Conhecido pelas ruas de São Bernardo como "Museu do Lula", o local foi concebido em uma época de maior popularidade do ex-presidente --quando ele deixou o Palácio do Planalto com mais de 80% de aprovação entre os brasileiros-- para contar a história do movimento sindical do ABC Paulista e das greves no final da década de 1970 e início da de 1980.

A batalha eleitoral em torno do museu e de outras obras paradas ou atrasadas ilustra o momento delicado que o PT vive no ABC Paulista, onde nasceu a sigla 35 anos atrás.

Nestas eleições, os adversários do PT no município elegeram a obra como símbolo máximo do partido e seus pecados recentes. Em clima de cruzada anti-petista, prometem cancelar o museu.

Falam em destinar o edifício a fins diversos. O candidato Orlando Morando (PSDB), por exemplo, afirma que vai instalar no local uma fábrica de cultura. Já Alex Manente (PPS) diz querer dedicar um andar da obra para sediar uma pinacoteca e, no outro, fazer um restaurante Bom Prato, que serve refeições por R$ 1.

Obra do Museu do Trabalhador é alvo de polêmicas na corrida eleitoral em São Bernardo Ponto de honra para o PT local, onde vive o ex-presidente, o prefeito petista Luiz Marinho promete a conclusão das obras até o final do ano. O pequeno número de operários e o ritmo dos trabalhos observados em uma tarde de setembro não inspiram confiança no prazo, adiado já várias vezes.

Além do museu, outras obras inacabadas ganharam destaque na campanha eleitoral, como corredores de ônibus e um piscinão para drenagem de chuvas próximo à prefeitura, que afirma ter ficado sem repasse de recursos do governo federal para justificar a demora.

Com o desgaste de lideranças históricas, envolvidas em denúncias na Operação Lava Jato, e com a consolidação do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os petistas do ABC lutam contra a desconfiança dos eleitores e partem para as eleições municipais deste ano em clima de sobrevivência e tudo ou nada.

Apostas em todas as cidades O PT lançou candidatos às prefeituras das sete cidades do Grande ABC. Tenta manter os governos municipais de São Bernardo do Campo, Santo André e Mauá. Tenta também recuperar Diadema, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires.

A única cidade que nunca foi governada pelo PT no ABC é São Caetano do Sul, onde a sigla conta com um candidato cabeça de chapa sem chances de vitória --a intenção de voto do petista Marcio Della Bella estava na casa do 1%, em penúltimo lugar dentre os oito candidatos, de acordo com levantamento do Ibope no final de setembro.

"É preciso ganhar aqui para extinguir, de uma vez por todas, essa praga que é o PT e que arruinou a vida dos trabalhadores", dá o tom da campanha em São Bernardo o ex-prefeito três vezes e ex-petista Maurício Soares, que abandou a sigla pela segunda vez, entrou para o PHS e nestas eleições está apoiando o candidato do PSDB, Orlando Morando (PSDB).

Carlos Grana (PT) durante ato de campanha em Santo André Em Santo André, a situação do PT é melhor, mas o prefeito Carlos Grana também enfrenta uma campanha de reeleição dura contra seus principais adversários, o ex-prefeito Aidan Ravin, do PSB, e Paulinho Serra, do PSDB.

Grana não possui vaga garantida no segundo turno, indicam sondagens feitas a pedido de jornais locais no início da campanha, em agosto.

Na contramão, o candidato petista em Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira, diz que o partido não é problema nas eleições, e sim solução. "Eu não vou ter dificuldade nenhuma em defender o PT, o Lula e a presidente Dilma", afirma.

"Nunca antes na história deste município houve tanto investimento e tantas verbas aqui como no governo dos dois, vamos ganhar a eleição nadando de braçada", diz confiante o candidato. A falta de pesquisas de opinião sobre as intenções de voto no município tornam o resultado do pleito uma incógnita.

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, candidato do PT a prefeito de Diadema A recuperação da prefeitura de Diadema, perdida na eleição de 2012 para Lauro Michels, do PV, é vista entre petistas como emblemática para a sobrevivência do partido na região. Foi a primeira cidade governada pelo PT e onde a sigla já mandou por seis mandatos desde sua criação.

A missão cabe ao vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. Ele concorre com Michels, que tem o apoio do ex-prefeito Zé Augusto, que já foi do PT e hoje está no PSDB. Não há pesquisa recente na cidade.

Apenas em Diadema e Ribeirão Pires os petistas vão para esta eleição em uma chapa puro-sangue. No restante das cidades, as coligações incluem alianças com partidos que apoiaram o impeachment, como PR, PP e Solidariedade.



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