A Itaipava apareceu durante a investigação da Operação Lava-Jato, que encontrou documentos envolvendo a empresa nas planilhas da Odebrecth, empreiteira que é centro das investigações da força-tarefa no esquema do Petrolão – entre outros.
Uma das linhas de investigação sobre o banco da Odebrecht no Caribe, usado para o pagamento de propina, trabalha com a suspeita de que a empreiteira manteve com o Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, operação similar a do sistema dólar-cabo, como os doleiros chamam um conhecido esquema de lavagem de dinheiro.
O dólar-cabo permite troca de recursos entre dois parceiros, no Brasil e no exterior, como se fosse um banco paralelo de compensações, sem a necessidade de movimentar o dinheiro de fato. Funciona na base da confiança. Para os investigadores, enquanto a Odebrecht teria usado o caixa dois da cervejeira para distribuir recursos a políticos, a Itaipava se valeria da empreiteira no exterior para pagar em moeda estrangeira os insumos necessários à produção de cerveja, do malte à lata de alumínio.
Lula recebeu R$ 900 mil da Cervejaria Itaipava por palestras em 2013. Uma delas foi dada em Atibaia, seu reduto de descanso, em outubro daquele ano. O ex-presidente também deu outra palestra na cidade paulista: ganhou R$ 200 mil da Associação Brasileira de Supermercados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário