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sábado, 6 de agosto de 2016

Itaipava joga água no chopp de Lula e negocia delação premiada

O empresário Walter Faria, dono da cervejaria Itaipava, vem conversando com seus advogados para estudar a hipótese de fazer delação premiada, obtendo com isso alguma maneira de se livrar de punições mais severas.

A Itaipava apareceu durante a investigação da Operação Lava-Jato, que encontrou documentos envolvendo a empresa nas planilhas da Odebrecth, empreiteira que é centro das investigações da força-tarefa no esquema do Petrolão – entre outros.

Uma das linhas de investigação sobre o banco da Odebrecht no Caribe, usado para o pagamento de propina, trabalha com a suspeita de que a empreiteira manteve com o Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, operação similar a do sistema dólar-cabo, como os doleiros chamam um conhecido esquema de lavagem de dinheiro.

O dólar-cabo permite troca de recursos entre dois parceiros, no Brasil e no exterior, como se fosse um banco paralelo de compensações, sem a necessidade de movimentar o dinheiro de fato. Funciona na base da confiança. Para os investigadores, enquanto a Odebrecht teria usado o caixa dois da cervejeira para distribuir recursos a políticos, a Itaipava se valeria da empreiteira no exterior para pagar em moeda estrangeira os insumos necessários à produção de cerveja, do malte à lata de alumínio.

Lula recebeu R$ 900 mil da Cervejaria Itaipava por palestras em 2013. Uma delas foi dada em Atibaia, seu reduto de descanso, em outubro daquele ano. O ex-presidente também deu outra palestra na cidade paulista: ganhou R$ 200 mil da Associação Brasileira de Supermercados.

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