Preta e sem fogo para simbolizar o luto e com manchas vermelhas imitando sangue no lugar das cores da bandeira nacional, a tocha é para lembrar as vítimas da violência na Baixada Fluminense. A tocha passou por nove municípios.
Segundo um dos coordenadores do Fórum Grita Baixada, Douglas Almeida, o protesto não é contra a Olimpíada, mas contra o descaso dos governantes com a região. “A gente protesta pela forma como foram feitas as Olimpíadas e como o povo da baixada está abandonado, com um grande descaso das autoridades e sentindo essa dor da insegurança”.
De acordo com ele, com os Jogos Olímpicos e os grandes eventos no Rio de Janeiro, a política de segurança e a criação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), mais casos de violência passaram a ser registrados na Baixada Fluminense. “Sempre existiu a violência, mas foi configurando nesses últimos anos de uma forma mais forte, de 2010 ou 2011 para cá e nesse processo nós identificamos [o aumento da violência]. Só este ano, de janeiro a maio, foram 807 mortos aqui na Baixada, pelos dados oficiais do ISP [Instituto de Segurança Pública], sem contar a subnotificação”.
Para Almeida, as ações de segurança têm privilegiado os locais da Olimpíada e as regiões turísticas e “esqueceu das regiões periféricas”. “As UPPs também têm uma grande influência nesse aumento da violência. Agora também, no período das Olimpíadas, como foi na Copa do Mundo, a gente vê que há um reforço na região turística, na região olímpica, e uma redução de efetivo na Baixada Fluminense, que também influencia nessa questão da violência”.
O trajeto começou às 8h em Paracambi e percorreu 80 quilômetros por toda a região, passando por Japeri, Queimados, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias, onde o ato se encerrou no fim da tarde. Durante o percurso, policiais acompanhar o ato, que foi pacífico e teve participação da população.
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