Tais crimes seriam os pagamentos via caixa 1, caixa 2, corrupção efetiva através de Alberto Youssef, manutenção de funcionários no exterior e obstrução de investigações, como na CPI de 2009, por meio do tucano Sérgio Guerra.
Os investigadores frisaram que os pagamentos seriam para a campanha do ex-presidente Lula em 2006, mas depois apontaram que há uma série de doações eleitorais, por intermédio de Alberto Youssef, com o envolvimento de "três ou quatro parlamentares" que, contudo, não são alvo desta operação. Segundo a delegada Renata da Silva Rodrigues, a investigação sobre doações eleitorais da campanha de 2006 ainda está em andamento.
Das 32 ordens judiciais, dois mandados não foram cumpridos, de acordo com o delegado Igor Romário de Paula. O ex-presidente da construtora Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente. Eles comandavam o esquema de propinas na empresa. Os dois devem chegar a Curitiba no final da tarde. Moraes ainda teria um posto no grupo Queiroz Galvão, mas Ildefonso Colares Filho teria se desligado.
Sobre o nome dado a nova fase da Lava Jato, "Resta Um", uma referência à investigação do papel da Queiroz Galvão -- a última das maiores empresas identificadas como parte integrante da chamada “Regra do Jogo” --, a delegada Renata da Silva Rodrigues afirmou que ele não significa que a operação esteja perto do fim. Ela garantiu ainda que as declarações sobre corrupção na construtora foram corroboradas por provas documentais.
A delegada disse que houve propina disfarçada em doações eleitorais, contratos simulados com Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, entre outros, em movimentações financeiras "bastante impressionantes". Houve pagamento de propina na Diretoria de Serviços de Petrobras, sob a chefia de Pedro Barusco.
Conforme destacou a delegada, a equipe contou com a ajuda de um vídeo "revelador" da CPI, que mostra o modus operandi dos investigados na intenção de obstruir as investigações.
Durante a coletiva, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que ainda resta muito a ser feito pela Lava Jato, e que o dia de todos os investigados "vai chegar". Lima contou que houve dificuldades na investigação da Queiroz Galvão, mas que hoje os trabalhos estão maduros.
A procuradora Jerusa Burmann Viecili, por sua vez, ressaltou que o fato de a Queiroz Galvão já ter se envolvido em casos anteriores de corrupção mostra como é "falho" o sistema de justiça criminal brasileiro.
De acordo com os investigadores, a Queiroz Galvão movimentou pelo menos R$ 7,5 milhões em doações eleitorais, mais contratos de R$ 250 mil, um contrato de R$ 1,2 milhão e um contrato simulado de R$ 500 mil. Os pagamentos a Pedro Barusco ainda não foram totalmente rastreados, mas já foram identificados R$ 24 milhões para Renato Duque, de 2010 a, pelo menos, 2013.
Com o consórcio Quip, ao esquema movimentou pelo menos US$ 900 mil. A delegada Renata da Silva Rodrigues apontou que a Quip era uma "continuação" da Queiroz Galvão para serviços de propina e lavagem de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário