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sábado, 17 de setembro de 2016

Para os EUA e Obama, Lula não é mais o "Cara"

Michel Temer ganhou o apoio dos Estados Unidos e de sete países considerados chaves na América Latina. Durante a reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), o embaixador brasileiro José Luis Machado e Costa, ressaltou a força da democracia brasileira, a legalidade do impeachment e rechaçou as críticas dos países chamados “bolivarianos” (Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua) com relação ao impeachment de Dilma Rousseff.

“Não resta dúvida que a democracia brasileira e nossas instituições demonstraram solidez e vigor durante um processo conduzido de modo totalmente pacífico, dentro das normas constitucionais vigentes e sem qualquer restrição às liberdades de expressão e de associação”, afirmou Machado e Costa que também lamentou as manifestações de países “vizinhos e amigos” contra o governo brasileiro.

O discurso do embaixador brasileiro foi seguido por uma sequências de manifestações favoráveis ao governo de Michel Temer. Representantes da Argentina, Paraguai, México, Colômbia, Chile, Granada e Jamaica se posicionaram a favor do chanceler do Brasil. Assim como o embaixador dos Estados Unidos, Kevin Sullivan, que agradeceu o esclarecimento do brasileiro e ressaltou que “o sistema constitucional é algo que vai além do voto”. Segundo o representante americano, “existem outras ações constitucionais como o impeachment e o recall, que podem ter o mesmo valor legal do voto se forem realizados e acordo com a lei”.

Sullivan adotou o mesmo discurso usado pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a 20ª Conferência do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), em Washington. Segundo o vice de Barack Obama, “no Brasil, o povo, seguindo a sua Constituição para navegar um momento econômico e político difícil, obedecendo aos procedimentos estabelecidos para tratar da transição de poder”. Afirmou ainda que “os Estados Unidos vão continuar a trabalhar de perto com o presidente Temer […] porque a relação entre democracias parcerias não é baseada na relação entre líderes, é baseada em uma forte relação entre os dois povos”.

Juan José Arcuri, presidente do Conselho Permanente da OEA, afirmou que o posicionamento dos países contra o impeachment no Brasil parece um “capricho” e afirmou que “as democracias não se esgotam com as eleições”. Ele acredita que o tema não voltará ao debate no Conselho Permanente, mesmo que o secretário-geral da OEA, luis Almargo, seja contra o impeachment. “Isso seria a opinião pessoal do secretário”, concluiu Arcuri.

Por outro lado, as nações que criticam Temer, como Bolívia, Venezuela, Equador e Nicarágua, continuaram questionando a legitimidade do mandato do peemdebista. Vale ressaltar que o Brasil tem um papel importante na relação entre os EUA e os “bolivarianos” – são os brasileiros os responsáveis pela ponte entre os americanos e as nações bolivarianas.

A OEA ainda analisará o pedido protocolado pelo PT na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) denunciando que há um rompimento democrático no Brasil após o impeachment de Dilma.

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