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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

"É o momento de Lula desabafar", diz Fernando Henrique Cardoso

Os dois principais líderes do PSDB evitaram ataques mais duros nesta quinta-feira (15) ao ex-presidente Lula, denunciado na operação Lava Jato. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves não comentaram as acusações do Ministério Público Federal nem as respostas do petista. FHC afirmou ver com cautela as acusações do MPF. Para ele, é necessário aguardar a decisão da Justiça.

"Sou uma pessoa cautelosa. Preciso saber o que o Judiciário diz. Uma coisa são as acusações. Depois há o processo de provas para ver o que é errado", disse ele, após encontro com o candidato tucano à Prefeitura do Rio, Carlos Roberto Osório (PSDB).

O ex-presidente não comentou as declarações de Lula, para quem a denúncia é uma forma de tirá-lo das eleições presidenciais de 2018.

"O presidente Lula passa por um momento difícil. O que ele diz não vou contestar. Não cabe a mim ficar fazendo comentário sobre o que ele disse ou deixou de dizer. É o momento de ele estar desabafando. É sempre de lamentar que uma pessoa com a trajetória do presidente Lula tenha chegado a esse momento de tanta dificuldade", disse o ex-presidente tucano.

Aécio seguiu linha semelhante ao afirmar que deixará que "o ex-presidente tenha tempo para responder àqueles que o irão inquirir a partir de agora, que é a Justiça".O senador, presidente do PSDB, criticou porém o tom político da resposta do petista.

"O único equívoco que vejo, e não é de agora, é sempre que ele se vê em dificuldades tentar transferir a outros responsabilidades que são suas. Com a [ex-]presidente Dilma foi a mesma coisa. Não há mea culpa, reconhecimento de que cometeram equívocos graves, ilegalidades. A resposta acaba caminhando para o jogo político. É natural, mas é pouco relevante nessa hora."

Fernando Henrique afirmou não ter ficado feliz com o impeachment. Para ele "o bom para a democracia é que os governos cheguem até o fim". Mas disse que desrespeito à Constituição e a paralisia do governo culminaram com a queda de Dilma.

Para ele, a cassação de mandato do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), "é um fator menor". "Não tem consequências históricas maiores." (Com informações da Folhapress)

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