Candidato ao governo de Mato Grosso do Sul em 2014, Delcídio disse ter pedido um socorro financeiro a Edinho, que era caixa da campanha de Dilma à reeleição, para liquidar uma dívida de sua campanha com duas empresas de assessoria, a FSB e a Black Ninja. Coisa de R$ 1 milhão.
De acordo com Delcídio, Edinho sugeriu que os credores emitissem notas fiscais em nome do laboratório farmacêutico EMS, que faria os pagamentos. Nessa versão, as agências chegaram a providenciar as notas e a pagar os tributos incidentes sobre elas. Mas cancelaram as transações depois que vieram à luz as denúncias de corrupção.
O procurador-geral da República Rodrigo Janot já havia requisitado ao STF autorização para abrir inquérito sobre o caso. No entanto, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, enviou o processo para a primeira instância da Justiça Federal de Brasília.
Deve-se a decisão de Teori à cassação de Delcídio pelo Senado. Sem o escudo do mandato parlamentar, o ex-senador perdeu o direito de ser processado e julgado no foro especial do STF. O processo ficou em Brasília porque Teori entendeu que a denúncia não tem relação com o escândalo da Petrobras, investigado em Curitiba.
Após analisar a papelada recebida do STF, a Procuradoria reiterou, nesta segunda-feira (8), o pedido de abertura de inquérito. Dessa vez a requisição foi endereçada à 10ª Vara Federal de Brasília, para onde os autos foram enviados. A investigação será conduzida pela Polícia Federal e pelo próprio Ministério Público.
A Procuradoria recorda no pedido de abertura de inquérito que Edinho Silva e o laboratório EMS negaram as acusações de Delcídio. Mas os investigadores sustentam que os indícios colecionados até o momento justificam a continuidade das invesrtigações. Apura-se a prática de pelo menos dois crimes: corrupção e lavagem de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário