"Por que eles têm tanto interesse em antecipar, em dias, o impeachment? Para mim, eles têm medo de uma delação que mostre claramente qual é o grau de comprometimento de quem meu julgamento beneficia: o governo interino, provisório e ilegítimo", afirmou ao programa Conexão Repórter, exibido na madrugada deste domingo (21).
As declarações são parte do documentário Crepúsculo no Alvorada, que acompanhou por três dias a rotina de Dilma no Palácio da Alvorada. Segundo o apresentador do SBT, Roberto Caprini, a entrevista exibida neste fim de semana foi gravada em 4 de agosto.
Dilma é acusada de crime de responsabilidade pela edição de decretos sem autorização do Congresso e pelas pedaladas fiscais, atrasos de repasses do Tesouro Nacional para o Banco do Brasil no Plano Safra.
A pestista afirmou que tem conversado com senadores e vê a possibilidade de conseguir os 28 votos para se salvar. “Realisticamente, lutarei até o fim”, disse. "Jamais eu jogo a toalha".
Dilma voltou a dizer que não cometeu nenhum crime que justifique seu afastamento, mas reconheceu que cometeu “vários erros”. “Inclusive o de não perceber que iria ser traída do jeito que fui”, disse.
Lava Jato
Citada em delações no âmbito da Operação Lava Jato, a presidente afastada afirmou que não teme ser condenada e que não sabia do esquema de corrupção na Petrobras.
Sobre a confissão do publicitário João Santana, marqueteiro de suas campanhas, que admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2, Dilma disse que não assumiria essa responsabilidade. "Não controlo e não sei como foi feito."
Dilma disse ainda achar uma "temeridade" a Justiça determinar uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Acho uma temeridade prenderem o presidente Lula, principalmente porque tenho certeza de que ele é absolutamente inocente das coisas de que é acusado. Acho que não será preso, acho que eles não cometerão esse equívoco."
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