O texto, no entanto, trazia uma emenda que anistiaria políticos e partidos que fizeram uso da prática em campanhas eleitorais anteriores, antes, portanto, da aprovação da lei. Após deputados de PSOL, Rede e PSD denunciarem a tentativa de manobra, a proposta foi retirada de pauta. Ao jornal, o ministro responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional ressaltou que caixa dois não é crime e que quem se beneficiou deste mecanismo no passado não pode ser penalizado. Além disso, ele disse que o assunto tem de ser discutido sem preconceito e sem histeria pelo parlamento.
Protesto na ONU
O presidente da República também comentou na entrevista o protesto das delagações de seis países que não quiseram assistir ao discurso dele no plenário da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira. Questionado sobre o protesto silencioso dos integrantes das delegações de Venezuela, Equador, Cuba, Nicarágua e Costa Rica, ele disse que nem percebeu.
O protesto ocorreu no momento em que o presidente brasileiro subia à tribuna da ONU para discursar na sessão de abertura da Assembleia Geral. Os representantes de Venezuela, Equador e Nicarágua se levantaram e deixaram o plenário. A maioria dos integrantes da delegação da Costa Rica também abandonou a sala quando o novo presidente brasileiro se preparava para discursar. Nenhum dos chefes de Estado destes países estava presente no plenário. O protesto silencioso foi realizado por diplomatas e ministros.
Os diplomatas da Bolívia e de Cuba haviam se retirado do plenário um pouco antes e se recusaram a entrar enquanto Temer estava discursando. Eles retornaram ao recinto somente após o presidente concluir sua fala.
Na entrevista coletiva, realizada após um almoço no qual Temer e a delegação brasileira apresentaram o programa de parceria e investimentos para empresários norte-americanos, um jornalista quis saber o que o presidente havia achado do protesto desses seis países na ONU. Temer respondeu: "Confesso que nem percebi a saída. São 193 países. Lamento, as relações não são de pessoas, são institucionais, de Estado para Estado, de um governo para outro".
Na entrevista, Temer também disse que basta alguém ler a Constituição de 1988 para verificar que o governo dele é "legítimo". "Primeiro eu recomendo que leia a Constituição brasileira. Não basta mais que ler para verificar que o governo é legítimo", afirmou o presidente. Pouco antes, no almoço com empresários e investidores, Temer disse que o momento do Brasil é de "estabilidade política extraordinária".
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